Vem cair ao chão
a ave mitológica
renascentista
vem da derrota
a força da vida
Em silencio morre
sem agonia, sem partida
porque a vida se refaz
no ciclo fulgaz da esperança
Que doce e pobre criança
não sorri em seus tropeços
e recebe o aconchego de ser
puxada pela mão em um novo recomeço?
Anda mais uma vez,
fênix confusa, delirante
sabe que o sol já não está radiante
percebe a hora de ir
Precisa rever conceitos
que a torto e a direito
insistem em te seguir
Entende que ser destituido
das suas defesas mais importantes
não é uma derrota anunciada
e por isso morre calada
esperando uma nova batalha
Deixe que seus inimigos,
aquilo que te confunde,
e até aquele que te consola e dá abrigo,
também te perca
Permita que na ausencia, na incerteza,
todos possam dar mais valor ao seu poder
ao seu calor, de amar o próximo
E então, quando tudo se for,
e no lugar do quente, vier o frio,
que todos percebam o que foi o amor
Mas que quando uma lágrima cair por saudade,
um ato de misericórdia, ainda que tarde,
trará você de volta
As suas asas antes acizentadas,
nessa tarde nublada, reaparecerão
vermelhas e intensas novamente
Pedindo a todos os carentes
de afeto e de luz, os descontentes,
que não percam as esperanças
Aquele que nos conduz ressurgirá
—————————————————————-
A todos aqueles que necessitam de seus recomeços e de rever os seus ideias, em especial, ao amigo Everton Cesario, dedico este poema.