Domador de leões

Cansei de fazer poesia. Calma, isso não é música do Charlie Brown Jr, embora eu queira mandar muita gente se foder. Bom, posso estar sendo agressivo demais. Talvez a poesia não tenha culpa disso. Desculpe, não cansei de fazer poesia, mas é preciso mudar um pouco.

Vamos enfim enfrentar novos rumos, fugir daquilo que já está vencido. Como um jogo já “zerado”, daquele Marios Worlds da vida que você já sabe todos os caminhos possíveis e imagináveis, os atalhos, as manhas, os macetes. Cansei de pegar moedinhas douradas por algo que já decorei a forma exata e suficientemente satisfatória de criar.

Vou me perder em meus pensamentos assim que eles visitarem minha mente. Hoje, por exemplo, tenho me sentido extremamente fora de contexto com aquilo que há algum tempo me transmitia a mais profunda e real convicção de que não estou sem apoio. Sei lá, aconteceu assim mesmo, do nada. Como acordar de manhã com vontade comer cereais em vez do pão com manteiga tradicional.

Vou me aventurar no que não conheço, permitindo-me escrever em parágrafos desconexos, talvez sem a devida pontuação adequada, sem ritmo, sem o tom maestro que te levaria a ler gostosamente até o final.Não importa. Quero gritar, gritar e gritar, apenas passando minha ira do coração aos poros da pele.

Cansei do politicamente correto, das palavras bem pensadas, das declarações de amor que lanço ao vento. Descobri que as palavras podem ser pesadas e ásperas, também gostosas de serem expulsas. Por fim, cansei de me domar e de me autodominar.

Libertem os leões, eles por si são livres. Não adianta mais me ameaçar com chibatas sociais. Serei o rei da selva novamente. Meu coração já não é mais um jardim florido e de passarinhos que cantam ao nascer do sol. Quero a escuridão e as corujas sonambulas.