Teu escritor favorito, exclusivo e anônimo
descreve tuas linhas, teus traços, teus pontos
reconhece em ti o outro lado do próprio sonho
percebido às claras, um incômodo
Tu, segunda pessoa do singular
do meu presente subjuntivo,
que tu saibas dos teus valores
mesmo que para o homem não
possa eu mensurar importâncias
Destas torpes ganâncias do ego,
do teu eu que não entende de mim,
desejo meu de expressar outros sentidos
porque não há a possibilidade de equivalência
Quando falo de segunda pessoa,
tu sabes, é sempre complexo,
cada ser único, individual,
indivisível, matéria indissolúvel
Por isso, não cabe qualquer métrica,
qualquer medida paliativa que sobreponha
tua melanina diferenciada, teu corte de cabelo,
teu jeito de falar, teu gosto pelo mesmo corpo
Não cabe para tu o mesmo peso, o mesmo remédio,
não cabe para tu o mesmo sentimento, isto é um…
retrocesso comparativo, não existe eu igual a fulano
até porque, o outro, seu bealtrano, não é beato nem um tanto!