Reverência ao poema

É a minha melhor brincadeira,
minha maior diversão, meu momento,
a hora da negação da negação,
do meu ser não sendo, meu eu
projetado em nós, em você

É minha maior alegria,
caçada das palavras,
não mata e não agride,
se for pra isso: desiste

Meu poema tem outro adjetivo,
outro objetivo, sou optativo,
obrigação só de paz, reverenciado
sempre e sempre mais a água do espírito,
bebo em conta gotas, mas me afogo
de afagos e verdades, mentirinhas…

É assim que minha criança sobrevive
de um poema leve, livre, vive, sorri
e insiste no sorriso bobo, suave,
no contente de um presente pronto,
posto e rasgado, lembrança de um passado,
desejo de um futuro bonito, poema vivo,
delírio que seja, não importa se sem beleza

Divagar devagar ou corrido, construído
no agito de qualquer domingo sem sentido,
buscando a finalidade quando nem a metade foi dito,
e que acabe assim, em um mito, um rito tolo de ponto final?.

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