Sua janela
está sempre aberta
está bem próxima
quando eu preciso
olhar para fora de mim
Estou sempre atento
quando ela fecha,
e quando ela abre demais,
retraindo-se na solidão,
ou abrindo-se para a imensidão
Eu também aprendi
a olhar para o outro lado,
o lado que eu não vivi,
mas que eu vejo que precisa
de reparos, amparos, cuidados,
conservado no silêncio
que sempre diz muito de nós
Eu não estou só,
você não está só,
eu vejo sóis em dias de chuva,
quando se chora por nada
eu vejo chuva em sorrisos de sol
quando inunda a felicidade passageira
Eu vejo na soleira da janela
o cuidado que a vida tem comigo
pra me proteger no abrigo
do amor que você não tem ideia que possui,
dois céus gris, fizeram-se, então, azuis