Traçado de encontros

Quando eu te achei
ao acaso do destino,
desculpe, eu não sabia
que era amor que recebia

quando eu te vi a primeira vez
por outro impulso inesperado da vida
eu entendi o que eu não entendia,
o que eu escrevia, mas não vivia

Sei, que no entanto, contos de fadas
não bastariam, acima de tudo, para a nossa sintonia,
e você sabe com clareza que a única certeza é a de que eu,
ah, eu ficaria – e que ficarei sempre!

E estou aqui, dia após dia, ato após ato,
certo de que não se faz milagre com o jogo das palavras,
que a minha retórica não justifica resposta alguma,
nesse tempo de farpas e calúnias, mas pela luta,
pela conduta de um carinho que não se basta em si

Nesse tempo, pós planos meus,
na certeza do que eu aprendi,
do pouco que eu um dia insisti em receber,
é por você e por mim que eu estou aqui
duzentos e setenta e cinco dias

Vivendo e aprendendo a acreditar no ser humano,
a crescer, e ser o que sonhamos, fazendo das saídas,
das músicas e de pedaços de pano as provas
cada vez mais palpáveis do que os supostos desejos,
mais do que os sentimentos mais sublimes dos nossos anjos
poderiam querer em um traçado de encontros