Para Tais Freitas, atualmente Diretora da Escola de Formação e Desenvolvimento de Pessoas/Reitoria do Instituto Federal Fluminense, pela excelente profissional, de tantas qualidades, e amiga.
Há tempos que o poeta tem observado
a sua ação, e hoje, nas horas finais do dia,
render homenagens é obrigação
Aprendi, desde que reconheci o meu ofício
ter, por oficio de trabalho, a observação.
Nesse tempo de convivência,
– perdoe-me a incongruência da cronologia exata -,
tomei nota das incertezas da chegada,
da voz trêmula das primeiras convocações
Tomei nota das iniciativas inseguras,
das indagações prematuras, da dúvida
constante, da constância da ternura,
dos posicionamentos equivocados,
da postura pura, simples e ingênua,
de quem se via pequena
tentando acertar
Vi a armadura ser trocada várias vezes,
vi aceites corajosos e a audácia
de quem aprende aceitando de presente
aquilo que não se sabia se poderia ofertar
Presenciei dias de tormenta, e percebi
com o olhar apurado de poeta –
noites de sono nem sempre dormidas
Constatei dores de renúncia,
daquela que queria tomar conta de tudo,
sendo simplesmente uma só.
A mãe tão presente dividir o presente
com o árduo trabalho.
A profissional competente reconhecendo limites,
não desapontando os amigos por consideração.
A esposa, tão cuidadosa, indo além do que as forças permitiam.
A filha que sempre atende as ligações.
Presenciei a professora de outra época
tentando aprender os rumos não-numéricos,
e descobri, que para ser o que se quer,
às vezes, é preciso ser multitarefa.
Pelo olhar da convivência,
vi as dúvidas ganharem direção,
vi a anfitriã se percebendo,
a diplomacia ganhar dimensão.
Tomei nota, em muitas reuniões,
dos olhos atentos e dos ouvidos abertos,
ensinando e aprendendo,
que falar no tempo certo,
e ouvir na hora certa
é talento lapidado
Vi, até muito recentemente,
o cansaço bater na porta
de quem tanto faz e faz,
– mais e melhor -,
achando que ainda não é suficiente
Eu vi tantas em uma só
que até achei que não fosse sempre.
Aí eu descobri o melhor:
Que a vida nos dá de presente
a capacidade de ser diferente,
de transpor os limites da mente.
Eu vi tantas em uma só
que eu preciso deixar ciente:
A acolhida foi tão compreensiva,
que o poeta ganhou amiga
pra seguir em frente.