Seu fardo, seu peso e desejo,
seu beijo, seu corpo, seu negro,
seu doido, seu louco, seu dengo,
seu tudo, seu todo, sou parte da sua vida
com gosto e causando desgosto,
mas indispensável nela,
maldita, íntima minha,
me alucina, me arrepia,
e mesmo assim se sente
doída, sofrida,
pensa que não é querida
mas se engana nessa afirmativa.
Gostei do comecinho principalmente… Achei a poesia de razoável pra boa! A sua métrica tá evoluindo naturalmente, deve ser do tanto que eu encho seu saco u.u’ Continue progredindo =D
Meu. Exigir métrica de um escritor contemporâneo é como exigir glúteos numa barata. O poeta é aquele que cria suas próprias regras (frase do poeta mayakóvski). A poesia de Fernando Pessoa e de Drummond não tem qualidade porque não tem métrica (e por tantas vezes nem rima)?
O espelho reflecte certo; não erra porque não pensa.
Pensar é essencialmente errar.
Errar é essencialmente estar cego e surdo.
(Alberto Caeiro)
Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda a razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão
De espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
Que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na terra.
Não a pronuncie.
(Carlos Drummond de Andrade)
Isso é poesia razoável?