Vivência a dois

Você é um anjo de asas machucadas
e eu não suporto falar de anjos
que pra mim eles não existiam

E não mereciam meus devaneios poéticos
porque sempre me foi um clichê natural
esteriótipo de ser sentimental

Asa, corpo, doce, corpo, voz e expressão
beleza, inspiração, doçura, alucinação
prosa que pousa na poesia
narrativa que irradia calmaria

Anjo que não suporto traduzir
asas que se abriram pra mim
generosidade que se fez assim
sussurro surreal de inteligência
com clemência costumeira dos sábios

Que também não sabe por onde ir
voando assim, rasgando o Rio
voo rasante do amor

Direita na curva fechada
esquerda na madrugada
seriedade na calmaria
olhos sérios pensando onde voar

Espaço aéreo a invadir
coração para pedir autorização
respeito o arbítrio, anjo livre
pronto para aceitar a sua condição,
medo do divino espetáculo…

Vivência a dois

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Para Marta Vaz

2 comentários sobre “Vivência a dois

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