Poesia menor

Amor da minha vida, como eu te amo!
Se tu soubesses disso com certeza,
faria a gentileza de não me dizer
que faço poesia de enganos,
que faço versos inverídicos,
que eu não te acompanho

Se tu soubesses, amor
o quanto o poeta aqui te guarda,
se tu soubesses, não me pediria
presença em eventos de fachada

Se tu soubesses do teor do íntimo poema,
saberia de antemão que a eternidade dos escritos não cabem,
não cabem na simples recitação!

Ah, amor de minha vida, se tu soubesses o quanto belo
é o poema que irradia a vida como o raio de sol,
não, amor da minha vida, não me pediria, nem mediria
o amor que eu tenho exposto nesse dia,
com a pequenez da natureza humana

Amorzinho meu, se tu soubesses que esses simples versos meus…
não cabem no amor que sinto por ti, nem nessas palavrinhas que escrevi,
tu saberia que de pequeno não há nada que eu disse aqui…

Oras, horas

Dentro de mim há fantasia,
e realidade também
Sei que a poesia brinca
com essas duas verdades
sem dizer porém.

Dentro de mim há
morte e vida, luz e sombra
música viva, música pronta

Dentro de mim há o tédio
há também a vibração,
além de tudo, não há nada
flutuo em contradição

Dentro de mim há transparência,
mas também mora mistério,
hora eu quero, hora renego,
ora, relógio,
ora, o tempo

Ora há Deus,
ora há inferno
ora ao céu,
ora ao inferno,
Há hora
ora, há!