Por escolha

Obrigado por experienciar a vida
na plenitude de quem gosta de viver,
de quem percebe a energia que comanda a existência
não obrigado,
por escolha

Pela força do movimento do espírito
pela matéria que rege o início de tudo
pelos desafios solicitados e colocados
diante daquele que tem prazer em viver

Vida nos olhos,
vida na alma,
vida passada,
vida presente vivida
no futuro que caminha dentro de mim

Todos os traumas passados,
todas as agonias vividas,
todas as causas anteriores
não impuseram tristeza de ser

Não manipula o ego
passível só de si,
daquilo que circunscreve as idas e vindas
sem desculpas

Encara tudo que veio de brinde,
e aceita: a vida permite a resposta,
autoriza a busca da solução para tudo que aflige,
assiste o próximo de todas as formas

Evapora todas as dores do caminho
recolhe remorso, ressentimento,
não é mais a trajetória do progresso
o momento de sofrer

Não se trata de autoestima pela positividade,
esse poema transcende recados
(conectados à compreensão da paz)
parou de fazer perguntas, apenas escuta,
não procura respostas, cria-as.

Entre esperas

Diante de tantos corpos fúnebres,
do desalento da morte, não há de ser forte
nenhum homem que preserva a vida humana

Diante do projeto nefasto é fato
a falta de norte, não há sorte
para os restos mortais que ficam
em famílias desmontadas de forma precoce,
na face da vida dos ditos vivos,
nem dos espíritos, do outro lado da ponte

Parece, inclusive, que os lados coincidiram
em colidirem frontalmente, algo parece fora de rumo,
uma curva na rota da existência,
anjos também pedem clemência
ao livre-arbítrio do humano insano

Que sobrecarrega todos os lados da vida,
mudando a trajetória do tempo,
um lamento uníssono do início-fim

Fora de controle e de prerrogativas,
a vida e a morte se encontram,
para a troca de lados, aos montes,
que só a Existência Soberana entende

Não há começo de era,
nem queira, quimera,
o fracasso é um hiato
de tantas esperas
de lições nem sempre aprendidas…

A vida tem seu tempo,
para todos, em poucas dezenas de décadas;
Para nós, a espera eterna não cabe mais,
nem por isso o mundo se oblitera,
é só outro tipo de guerra
que os homens não sabem mais…

Insciência

Não deixe que te façam acreditar
não merecer tudo o que tem,
a felicidade que habita em ti
não provém de ninguém

Não deixe que te façam acreditar
na desvalia do ser,
no ato diminutivo de grande existir,
confunda-os, não se confunda com eles

Que a tua grandiosa fonte ainda é vasta,
não se gasta com pequenas castas de seres impuros,
cria teus muros, não se resgata os impuros,
cada um se transforma naquilo que quer

Saiba das tuas verdades, ciente de teu longo progresso,
reverso daquilo que foi o ontem, pronto a ressoar o amanhã,
é vã a ilusão de corrigir o todo,
é pouco o que te dão na mão

Diga não a todo o resto,
é verbo o principal
é ato o fundamento
momento precípuo,
viva, a vida é só instrumento

Cale-se no momento certo,
sê reto, probo e leal
é real o poema, não o verso;
a rima é o adorno da arte,

Arde e queima a tua insciência,
entre o núcleo e a Terra,
e o condutor do destino,
há meras experiências

Habituais

Você não sabe da missa, a metade
ainda que eu cante outros cânticos,
batuque em outras tribos,
profetize em outras línguas,
dialogue em outros ritmos
você não sabe da missa, a metade

Ainda que eu cultue os índios
e justifique os anjos,
ainda que eu veja espíritos,
e movimente as energias da vida,
você não sabe da missa, a metade

Ainda que eu evoque a ancestralidade,
até chegar ao princípio da matéria
e olhe, ao mesmo tempo, para o futuro,
em novas esferas do progresso,
ah, você não sabe

Nem da missa,
nem do culto,
nem da roda,
nem da mesa,
nem das máscaras
da minha tribo,
nem das regras dos planos espirituais,
nem do oriente, nem do ocidente,
que passaram ou que virão

Você não sabe o que eu pesquiso,
o que eu conheço, o que eu sinto,
nem dos avisos dos seres evoluídos
que eu recebo pra tomar um café da manhã

É assim, a intimidade de quem acorda,
de quem convive, de quem dorme e de quem se levanta,
cercado de amigos, de todos os tempos e de todas as formas,
habitais

Devolução

No desenlace da matéria,
no fim da carne e do corpo,
na troca de morada, no novo,
é que quase tudo vem à tona,
reflete na eternidade, prorroga o tempo;

No contexto mais amplo,
revela-se o plano da recente existência,
soma-se os pontos, subtrai-se as experiências;

Na compreensão do quase todo,
um punhado de dezenas de aniversários humanos
é o sorriso simples do espírito,
que não sabe até quando vai viver a ilusão do vício;

Troca a pele, o peso, o sexo,
troca a oportunidade, o emprego, o verbo,
troca o pai, a mãe, a escola, as escolhas,
experimenta até a oportunidade de ser médium;

Comunica por um fio, poucas palavras,
pequenas sensações se manifestam,
imprime as dificuldades, aprofundam-se os méritos;

Nas relações variadas, uns amigos vão e outros vêm,
são trocas por opções que mais convém ao universo
e de dimensões distintas, em tempos impróprios,
a venda nos olhos – da morte – é apenas um marco infra espacial

A relação de oportunidades são escolhas capazes do discernimento,
a vida não espera dos momentos certos, os aprendizados necessários.
a sensibilidade traz a capacidade de antecipar prioridades
e postergar vaidades no tempo certo;

Sábio aquele que não utiliza todas as fichas que tem,
e aprende na intensidade da vida a devolver os créditos que obtém.
Em qualquer mundo, o desperdício precisa ser evitado,
não por escassez de recursos, – o universo é abundante –
mas, pela troca mútua em ser ajudado e ser ajuda aos milhares necessitados

São esforços imensos, os feitos de um projeto cármico,
são espíritos de todas as esferas, os envolvidos, nada é prático.
Até o cordão de prata chegar próximo a pele, o mundo espiritual se revela,
se reverte, inquieta, são muitas mãos terrenas, muitas energias atentas
ao mesmo potencial, autorizações são concedidas, o espírito máximo se aproxima
para a criação, o sopro da vida é muito mais complexo do que mera imaginação.

Re-flexos

Aprender que o sentimento é vivo
e que deixar passar batido é natural,
essência que retém poeira não faz bem,
a alma não deve se prender ao banal

O tempo que o vento sopra,
tudo vira nada na ladeira
do verso perdido

E tudo ganha outra forma
de vida, divida, querida
outrora, imagine só
se viramos pó, não somos nada;
se acabou tudo de uma vez só, nada

E digo mais:

Se insistimos no retorno,
o bem que é bem se faz pouco,
amanhã na imensidão do tempo,
o inimigo é resquício do perigo,
hoje chamo de amigo pra me tornar uma pessoa melhor

Não se prende a alma com coisa pequena,
o cordão de prata que nos amarra à Terra
é vivo, é vida em perigo na matéria,
é luz que recebeu o ultimato das trevas,
a evolução que se espera em quimeras

E se tudo for um ato falho,
um prato raso, um copo meio cheio,
e se alma for um tanto vazia,
se tudo ficar no meio termo,
relativiza e suaviza a vida,
é um grão no pão de centeio

E a estrela não se perde no meio do breu do espaço,
onde ela se vê em escuridão por todos os lados,
não se dá conta que sozinha encaminha luz,
e nós, desse lado, visualizando o macro,
distância anos-luz, estrela solitária uma da outra,
não são poucas, constroem o divino céu

Retrospecto

Voltei a escrever porque a poesia vem de dentro,
ela assalta os dedos, interrompe o corpo, aluga a mente,
toma conta de tudo, é um mundo que transcende

E fazendo um retrospecto, antes de tudo,
o mundo foi criado para o bem
e cada um para a própria felicidade
e no roll da humanidade ainda tão simples,
simples é a capacidade de amar

É o primeiro passo daquilo que está por vir,
antes de tudo, o mundo é o primeiro terreno
de uma Luz que não tem fim

Deixa o que não tem nome em branco,
é um ponto ainda na existência,
mas, se quer dar um nome Santo,
escolha o que lhe couber melhor

E antes de tudo, um retrospecto,
volta tudo o que você carrega por dentro,
se descobre novamente feliz assim
retroage o seu dilema, retorna o seu problema,
regride no poema que está por vir
porque ele nunca foi, lê de novo por mim

União

Fim de estrada
estagnada, a vida não é,
no fim de percurso,
um impulso qualquer
já nos dá novo rumo
para o que vier

Eu aceito, recebo e aproveito
aquilo que a vida me cede,
não há pedido, nenhuma solicitação,
recebo com gratidão, o novo começo

Coloco-me em apreço
e permaneço disponível,
vida, cativa em mim
o caminho desconhecido

Não conheço o passo seguinte
chamo todos os astros,
eu respeito a todas as ciências humanísticas,
comungo da paz de todas as lideranças dos mundos

Espírito que se acalma e se alastra
em paz não padece em momento algum,
todas as energias fluídas em afinidade,
nunca é tarde para a renovação,
nada me basta

Que se prospere tudo aquilo que no bem segue,
que se agigante tudo aquilo que no bem guarde,
em todas as faces da Terra, em todas faces dos homens,
em todas as fases d’alma

União,

De todas as formas,
todos os modos,
todas as crenças (ou não),
todas as vivências possíveis
aos ouvintes,
na junção de todas as mãos

União

Respostas da vida

A chuva vem da nuvem negra,
o progresso, pelo pico da adversidade.
Em toda crise, surge a prosperidade
e toda questão de saúde delicada
requer cuidados, sem vaidades

Toda alma triste está procurando a felicidade,
e para cada problema não resolvido ainda há o caminho,
há capacidades em desenvolvimento

Em todo alento, um novo rumo
e em tudo que é novo,
rege a ansiedade

Toda matéria incompreendida
requer estudo, e todo saber
tem por sequência um esforço anterior

Se a vida fosse fácil e tranquila,
não me daria ao trabalho de provocar o meu interior
Se a vida fosse fácil e tranquila,
querida, não brotaria sequer uma flor

Se é da luta que se sai do casulo,
a borboleta, sem nenhum barulho,
não inspiraria o amor

Se a vida fosse só pausa,
o mar não teria seu encanto.
Se ondas alegassem sofrimento,
de pronto, e de momento,
abaixo das águas não reinaria a vida

Se a vida fosse só poesia,
não existiria o poeta,
o poema, antes disso;
um vazio de ideias,
um conjunto de palavras,
um amontoado de letras

Sem sentido
a vida é
sem mudanças

Cuidado divino da vida

Diante das mudanças,
para vida solicito esclarecimento
e a todo momento que as aflições que me atingirem,
não sê triste;

Oh vida, amplia meus pensamentos,
em auxílio pequeno que eu possa conceber
vindo de você, tão linda a me ensinar
a ser aprendiz

Aquilo que um dia eu fiz
cometendo qualquer equívoco,
é pelo vício de acertar e ser melhor

Eis que vim do pó, e que a evolução se faz constante,
aceite o meu momento de latência terrena
e me elucida com as experiências que a vida resguarda,
acima e antes de mim, bem antes do tudo e do agora

Oh vida, se abra as portas do conhecimento,
tece em mim, pelos fios condutores da transformação,
a reação renovadora que me solicita a existência

Coloco-me á disposição da consciência da vida
que tudo sabe, tudo rege, tudo agita, e tudo compreende
para prestar socorro a qualquer momento,
utilizando das minhas mãos, das minhas falas,
das minhas atitudes, aquilo que, com plenitude,
se solicita

A paz de espírito e a calma da atuação,
me conserve de pôr em prática…

Qualquer intenção que eu não possa medir no hoje,
mas se agiganta no amanhã, que a Deus pertença…

Cuido da minha gente,
cuida de mim,
cuido do que posso,
cuido por servir à vida,
a vida que cuida de todos nós

Hoje eu não sou o eu de ontem,
e do amanhã não sei;

Hoje eu tenho a prece
e que não se apresse qualquer
amém