Portaria omissa

Para Joelma Vieira, Diretoria de Gestão de Pessoas do Campus Campos-Centro do IFFluminense: o presente de honra de trabalhar com quem sabe o que fala, sabe o que faz e sabe o que ensina.

Poemas são fruto de percepções e não mero desejo do poeta
que cresceu e você viu: o privilégio daquele que se instrumentaliza,
agarra as oportunidades e se reinventa, mas agora, agradece

O que julgam de nós carece de sustentação,
são considerações de quem, não raro,
não sabe o preço que foi pago para se estar aqui

Mas, ainda que digam, os outros,
milhares de contradições a seu respeito,
o meu discurso, nunca se fez sem sentido, você sabe disso.

Tem coisas que não vão publicadas na imprensa oficial,
o respeito, a admiração, o aprendizado não são transmitidos,
escritos, assinados por nenhuma portaria de agradecimento.

Pessoalmente, quase órgão consultivo que delibera,
o postulado público da integridade e lisura,
conforme a moralidade, a honesta conduta da pessoa pública

Daquela que sabe, e sabe que sabe, refutando até a mais alta filosofia,
e nem por isso, deixa de ensinar, e nem por isso, mais ainda,
não deixa de se preocupar com os transtornos que um erro, ainda que humano, causa.

Causa estranheza há muito, diga-se de passagem, que você tenha mudado de conduta,
já não anda mais no máximo estresse, no ápice da bravura, nas falas rígidas,
e venha, sistematicamente, assumindo sorrisos e cuidados, mostrando a vaidade feminina
e ainda que poucos saibam, percebo a alegria da materna coragem.

Passa indiferente aos olhos indiferentes, mudanças sutis, mas significativas
de seu humor e temperamento; hoje, já se permite olhar mais pra si,
e ir afrouxando as amarras da labuta aguda que mais prejudica a saúde do que ajuda

Nesse novo momento, tanto tempo do servir, rendo-lhe os cuidados da palavra,
que não é simples retórica, é presente; daquele que sabe reconhecer o presente…
Na verdade, inteligente é aquele que sabe, na prática, que a prática só gera melhoria
se o aprendiz tiver a oportunidade de conhecer o trabalho de quem realmente sabe muito.

É o rascunho do tempo que vai revisando, alterando,
leia-se: o que for velado pelo tempo é caso omisso,
retifico com esse poema e publico para todos os efeitos