Com licença,
deixa eu te falar uma coisa:
Meu querido, sinto informar
que sinto.
E, por isso mesmo,
não tenho constrangimentos.
Quando vejo seu sorriso lindo,
sendo simplesmente você mesmo,
sinto paz por dentro.
É o momento, querido
sei que a gente não tem nenhum compromisso de estar aqui,
nem eu de te dizer um punhado de palavras bonitas.
É isso que vale a pena:
Ver que a sua alma pequena se agiganta,
ver seus olhares fugitivos e o nó na garganta
Perdoe-me o silêncio que impus,
as reflexões à meia luz.
Não é conversa que eu quero,
nem seu abraço cativo,
nem esse sorriso bobo quando folheia um livro
Amigo, não é isso:
os seus sentidos extraordinários,
cheios de percepções…
Não é isso, não… amigo
não é seu choro incontido
que escorre pela face
e você não queria
Não é uma xícara de café
que nos mantém fortes por dentro
Amigo, lindo, não seja homem como os outros;
vestindo armaduras pesadas na alma e no coração,
o seu corpo não aguenta tantas aflições
Amigo, não é seu abraço condoído que me dói na alma
não é seu labirinto de dores e complicações,
nem o que te fizeram, nada disso, meu amigo,
você não merece se sentir o vilão da própria história
Amigo, querido, você é obra-prima da vida,
tão linda, sensível e sublime a criação
da sua condição humana de ser um anjo
na contramão do viver
Não são seus toques delicados que me alegram,
sendo honesto, meu amigo, esquece tudo isso
e preste atenção:
Quando você vive pleno,
quando sorri e gosta de sorrir;
quando ri e gosta de rir;
quando ama e gosta de amar;
quando chora e sente o chorar;
amigo….
Quando você vive e gosta de viver;
quando você abraça e gosta de abraçar;
quando você dança e gosta de dançar;
amigo…
Quando você beija e gosta de beijar;
quando você se entrega na cama e gosta de transar;
quando você pensa no seu amor e gosta de pensar;
amigo…
Quando você vira a inspiração e eu gosto de me inspirar;
quando você sorri e eu gosto de rimar;
quando você confidencia o mundo e eu gosto de versar;
quando você me encontra e eu me encanto por você;
Amigo…
Tá escrito o poema;
descrito o verso;
despida a estrofe;
compreendida a mensagem
metalinguística