Não me coloque à prova
para o espetáculo
não mereço aplausos
nem sou digno de vaias
Não me desafie em tudo
não preciso comprovar nada
nem te atestar qualquer mérito
minha vida não vai ser calculada
Por nenhum erro me culpo,
por mim, até me retrato
não para me ver validado
porque há muito
aprendi a ser eu de fato
Não que meu ego domine
ou não mereça críticas,
elas são até desejadas
porque aprendi, sobretudo,
por elas evoluir
deixar marcas
Erro sim, é verdade,
não admito, com tudo, ser condenada
por falhas humanas abstratas
A minha trajetória, por fim,
autoriza apenas o eu
como sujeito da caminhada
Aprendi a corrigir sem ser avisada
e, no que eu puder resumir, serei retificada
e se não quiser assim,
ao que pensas de mim
serei sempre revogada