Suicídio poético

A morte me encarou
era uma noite fria de lua cheia
nenhuma estrela nem nada
céu vazio sem nuvens e o mar enfurecido
cometeria suicídio ali mesmo na orla da praia
e depois as ondas me engoliriam
sangue jorraria das minhas veias
atrairia tubarões que consumiriam minha carne rapidamente.
Um tiro, só um tiro
uma bala romperia minha cabeça
calaria minha alma
esfriaria meu coração
levantei a mão
apertei o gatilho
e caí no chão.
formigas consumiam a minha boca
lobos vindos não sei de onde, o meu corpo
a lua roubava a alma
e o mar o coração
meus dias acabaram
você não me quis
procurei a praia mais próxima e nessa noite gélida parti
meu corpo se deteriorou em momentos longos
parecia que ainda resistia ao furo da minha cabeça
na esperança de vê-la pela última vez
mas você não veio e tive uma morte infeliz.

Queria ser um astronauta

Hoje quero fugir desse mundo
hoje quero navegar por outros mundos
quero ver se lá também existe absurdos
ou se o que ocorre aqui é único.

Quero explorar novas galáxias
e observar o astro-rei queimar
se deteriorar a todo instante.

Eu quero ver a terra do alto
sai desse mundo louco
e ver se lá em cima tudo é tão cinza assim

Quero ver se a terra está mesmo em órbita
e se ela está girando direito
por que parece que ela sacode?
por que parece que ela está mudando de lugar?

Tudo está ficando mais quente e ao mesmo tempo mais frio
o clima muda,
não tem mais estação.

Inverno como um inferno a queimar,
verão congela,
primavera cai as flores,
outono plantas brotam do chão.

Que mundo é esse?
Tem certeza que nasci aqui?
Será que eu não vim de marte e a nave veio parar aqui?

Sou humano?
mas em que mundo mais desumano eu cheguei…
Será mesmo que eu não nasci em Venus?
Vênus pode ser pequeno mais aposto que vivo melhor lá do que cá…

Quero trabalhar na NASA,
construir uma nave
sair daqui
colonizar um novo mundo
e esquecer tudo o que vivi aqui.