Meia-Noite

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Acordei. O lenço parecia querer me enforcar.
Quem era ele, como entrou na minha mente
e porque diz coisas tão estranhas?
Não sei.

Tenho a sensação de já ter ouvido
aquela voz antes, mas onde?
Parecia mais fria a cada palavra que ele dizia…

Por que a perseguição justo em sonho?
Tenho medo, muito medo do desconhecido…

O que passa pela minha mente
ele monitora tudo,
todos os meus medos…

Ansiedades e desejos
ele não deixa que sobrevivam.
Não tenho medo da dor
mas isso não dói,
a dor carnal seria melhor.

Não! Deixe-me!
Eu não quero você!

Vejo medo?
Seus olhos parecem dizer isso.
Você sofre quando dorme, não?

Mas não pode deixar de dormir,
e além de não deixar que durma,
bem, eu também não vou querer que acorde…
Não enquanto eu roubar toda a sua vontade de sonhar.

Conto “A Última Vítima”

Leia também

Parte 1 – O aviso
Parte 2 – Meu fantoche
Parte 3 – A porta da tortura
Parte 5 – A resistência
Parte 6 – Preparando a cirurgia

A porta da tortura

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Porque me persegue?
O que fiz pra que perturbe meu sono?
Não me pergunte nada mais, será pior…

Se ando invadindo os seus sonhos
e perturbando sua luz, porque assim eu quis…
Encontrei em você uma pessoa frágil e propícia
para me apoderar do seu espírito…

Eu vivo disso, deixar você sem auto-estima,
fazer você apodrecer de desespero
e acreditar que não há saída para seu problema…

Encontrei a pessoa certa pra manipular,
pessoa com a alma que desfalece
a cada raiar do dia,
eu não poderia perder essa chance…

Vou fazer você odiar a vida
e amar a doença, pois ela será melhor
do que se eu te curasse.

Acredite, a única cura que eu viria pra você
é sofrer mais um pouco
e eu teria prazer em ser seu médico.

Conto “A Última Vítima”

Leia também

Parte 1 – O aviso
Parte 2 – Meu fantoche
Parte 4 – Meia-noite
Parte 5 – A resistência
Parte 6 – Preparando a cirurgia

Meu fantoche

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Você aparenta medo?
Acha que aparenta?
Seu rosto gélido ainda não disse nada.

Quer medo de verdade?
Mostrarei o que é.
Enforcarei sua alma…

Você não sabe o significado de temer,
não ainda…
Tem medo de morrer, não é?
Farei com que goste da morte,
mostrarei que ela será uma mãe pra você
se você estiver ao meu lado.

Zela por sua vida, suponho…
Bem… Ela é minha agora.
Será meu brinquedo novo,
se eu quiser arrancar a cabeça do boneco
e colocar outra no lugar, farei.

Se achar que seu braço não me serve,
quebrarei e no lugar virá metal,
enferrujado, para que sua carne
infecte e todo o seu corpo apodreça
bem lentamente, porque é assim
que desejo a sua morte….

Conto “A Última Vítima”

Leia também

Parte 1 – O aviso
Parte 3 – A porta da tortura
Parte 4 – Meia-noite
Parte 5 – A resistência
Parte 6 – Preparando a cirurgia

O aviso

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Eu quero te matar e farei tudo por isso,
não pouparei esforços pra te ver sofrendo
e me vendo, temido.

Vou fazer com que me odeie mesmo não querendo,
farei com que me amaldiçoei mesmo temendo um contra-golpe…
Jogarei você até contra si se assim me agradar.

Não medirei esforços pra ver você sangrar,
e não descansarei enquanto os teus olhos não fechar.
Ordenarei para que o diabo venha te buscar
e assistirei ele, o seu corpo exterminar.

Consumirei a sua vida dia após dia,
farei da agonia o bálsamo do seu pranto
porque dele eu vou querer gostas da sua alma…

Se te odiar parece ser tão óbvio,
não se preocupe porque dele você não morrerá,
farei quem você mais ama desejar te matar

Conto “A Última Vítima”

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Parte 2 – Meu fantoche
Parte 3 – A porta da tortura
Parte 4 – Meia-noite
Parte 5 – A resistência
Parte 6 – Preparando a cirurgia