Brincava de polícia e ladrão
hoje em dia as armas de plástico
são ameaça às crianças, incentivo ao tráfico
Brincava de médico, examinava bonecas
media sua pressão e ouvia seu coração
hoje em dia o médico brinca comigo
se vou no consultório, sou pressionada
a nada revelar aos meus pais
Brincava de bombeiro
quando vejo as crianças de hoje
fogo tem novo sentido, outro desejo
Brincava de amarelinha
hoje, se pulo fora da linha
se amarelo nos meus medos infantis
levo tiro no peito por covardia
Então todos os meus heróis aparecem
o policial registra o suícidio
o médico libera o corpo
o bombeiro apaga as chamas do carro
Só porque não amarelei num pega
e joguei meu carro ladeira abaixo
É verdade…
Lendo esse poema eu começo a pensar o que passa na cabeça de uma pessoa em um momento como o de um pega? Muito complicado…
É tudo questão de um momento… Antes pouco se pensa… Pouco se pensa na mãe que sofrerá a perda de um filho… Pouco se pensa na esposa que fica viúva… Pouco se pensa no amigo que perderá seu amigo… Pouco se pensa…
Pouco se pensa depois… Ou porque nada aconteceu e continua-se sem pensar, ou porque não há mais o que pensar…
Penso que devemos pensar mais.
Abraços.
Sim, Ricardo. Esse poema foi feito pra pensar nessa realidade mesmo. Você disse muito bem.
Obrigado pelos seus comentários, são muito bons. Eu nem sei o que falar deles xD