Exercício de humildade

Quem sou eu pra ser melhor que alguém?
Aliás, quem sou eu apenas, para me comparar ao outro?
Quem sou a não ser aprendiz da vida e do amor, quem sou?

Senão uma alma que tenta acertar, errando, às vezes.
Senão um ser humano falho, mas nunca farto de aprender.
Senão um homem com um caminho incompleto, ainda longe do fim.

O exercício da humildade passa muito pelo ouvido,
e o exercício da humanidade desce ao coração

Quem sou eu senão aquele que acerta, depois de muito erro?
Quem sou eu para me vangloriar por um acerto depois de noventa e nove erros?
Quem sou eu que falando muito, não digo nada e ouvindo muito, falo tudo?

O exercício da paz de espírito não é coisa puramente divina, não.
Tem que vir junto de trabalho exaustivo, mas não há necessidade de ser árduo.
Tem de vir do coração, mas não precisa de sofrimento, não.

O exercício da humildade passa muito pelo ouvido,
e o exercício da humanidade desce ao coração.

Quem eu sou sendo assim tão arrogante, me achando dono da verdade?
Um equivocado, não mais que isso, um errante…
Quem eu sou? Nada mais que um aprendiz com ego inflado
achando que uma única lição bem feita já me dá o certificado…

O dever nunca estará cumprido, querido, ele não acaba tão cedo.
A tarefa é ouvir mais, e falar menos, é falar menos e ouvir mais, ouviu?
Não queira ensinar o que você aprendeu… Isso é tão vago e tão pouco…
É tão pequeno se achar grande com tão pouco aprendido, mesmo vivendo muito…

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