Ao público

Eu sou servidor público prematuro.
Aos sete meses, já compartilhava a convivência pública incubadora
do público feminino, já solicitava o alimento materno alheio, de quem ama.

Durante toda a formação fundamental, contava com professoras para me locomover,
não há de se comover
Aos dezesseis, vida dedicada aos jovens e adultos, como eu, apesar de novo.

De novo, o retorno ao hospital:
mães que dormiam na recepção, e me ofereciam o primeiro bom dia,
dia nem sempre bom, com filha na UTI.

Ao telefone, logo depois, serviço público que iluminava,
contribuinte que se revoltava com a oferta precária da terceirização,
da pequena equipe que cuidava de grande extensão…
de uma vida que perdeu sua extensão em acidente

Serviço público aos deficientes como eu,
sem representação, Conselho falido
ainda que oficialmente Servidor

Fiz em Educação profissional pelo Trabalho, e Renda
acreditei na esperança do conhecimento e acendi esperança,
ascendi ao espaço Federal certo de mais uma passagem,
minha história: terceira margem do rio
transcendi.

Sirvo à vida,
poesia, sorvida

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