Poeta por confissão

Ah, Aniceto, poeta, amigo meu
que alegria, quanto amor transborda,
quanto carinho a vida me deu

Tanto poema, tanta palavra,
o tanto dito escrito, emudecido,
quanto carinho pelo amigo,
quanto respeito pelo irmão

Essa mensagem hoje é quase uma oração,
fica em paz e fique tranquilo,
não se agite, não
que a sua alma amiga,
encontrou abrigo, encontrou a mão
de outra alma amiga e poeta,
poeta por confissão

———
Para Guilherme Ferreira Aniceto, poeta e amigo federal.

Transições

Não me incomoda nenhuma transição,
nenhuma mudança acomete mais o meu espírito,
aprendi com a vida que as passagens são rotina,
nada é estático, nada é partida sofrida

O meu coração só ganha ponto fixo no coração de quem amo,
só ganha o meu respeito e admiração quem merece,
coisa simples é o meu ser humano, que não se compra, nem se vende

O meu trabalho é macro existencial,
não está nesse espaço, nem no aqui, nem no agora,
por ora, eu só digo algumas coisas,
de alguns lugares eu já fui embora

Não deixei saudade, não deixei problema,
não deixei sequer ressalva alguma,
porque eu fiquei pra posteridade e a priori
em vidas amigas, não em matrículas confusas

Não me abalo, nem mais anseio o prever futuro meu,
o hoje, entrego a Deus, todos, inclusive,
os verdadeiros tesouros que a vida me concedeu a convivência

E com anuência do divino, eu garanto,
que de pouco a pouco o tempo passa,
a cadeira gira, o amigo fica
e a alma fala.