O pós-moderno,
o tão careta,
tão sem nexo,
tinta na caneta
Bauman com o líquido…
o século XXI tão esperado,
frágil, raso, falho…
Teoria do centro do ego,
desejo que ganhou potência de ato
para deixar sentimentos, certezas,
beleza, relações tão firmes, hoje…
incapazes de se sustentar
Não dá pra deixar pra lá,
que passe batido…
acidente de percurso
que a alma sofreu
Labirinto de sensações, o talvez;
ganhou poderes tão fantásticos, a dúvida;
tem contornos tão fortes, a água;
Tudo escorre entre os dedos,
os laços não existem mais, tão frouxos…
Saudade dos amores rígidos,
eu… falo, que erguido, tinha direção,
hoje não…
Tempo de reticências, do afeto afetado,
das paixões de ontem tão loucas, tão cegas, e fortes,
tão certas, com objetivos e metas, e com sorte, com tempo;
hoje, mero estalo.
O rio de Heráclito no pós-homem da pós-verdade,
afoga todos nós em amores líquidos evaporados…