Entre esperas

Diante de tantos corpos fúnebres,
do desalento da morte, não há de ser forte
nenhum homem que preserva a vida humana

Diante do projeto nefasto é fato
a falta de norte, não há sorte
para os restos mortais que ficam
em famílias desmontadas de forma precoce,
na face da vida dos ditos vivos,
nem dos espíritos, do outro lado da ponte

Parece, inclusive, que os lados coincidiram
em colidirem frontalmente, algo parece fora de rumo,
uma curva na rota da existência,
anjos também pedem clemência
ao livre-arbítrio do humano insano

Que sobrecarrega todos os lados da vida,
mudando a trajetória do tempo,
um lamento uníssono do início-fim

Fora de controle e de prerrogativas,
a vida e a morte se encontram,
para a troca de lados, aos montes,
que só a Existência Soberana entende

Não há começo de era,
nem queira, quimera,
o fracasso é um hiato
de tantas esperas
de lições nem sempre aprendidas…

A vida tem seu tempo,
para todos, em poucas dezenas de décadas;
Para nós, a espera eterna não cabe mais,
nem por isso o mundo se oblitera,
é só outro tipo de guerra
que os homens não sabem mais…

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