A palavra
fugitiva
da minha vida
resolveu
entregar-se
Foi presa
pela verdade
dita, maldita,
sem papas na língua,
não foi covarde
A minha palavra
manteve quem vive mudo
em absoluto descompasso
cárcere privado de intenções
Transitada em julgado
foi absolvida de todos os crimes
suprimida a dor que a palavra causou
Ilesa, em legítima defesa
chocou os reféns do silêncio,
traumatiza quem dorme vivo,
sobrevivente falho
que em potência se coloca no atalho
do progresso que não espera
Na espreita das ações bem guiadas,
a rota traçada ao ouvido,
palavra, palavra, palavra,
posta à prova sem colete
à prova de balas, sem delito