Caiu a máscara III

Você era minha estrela-guia,
a bússola que me dizia a direção,
eu te colocava num pedestal,
estava a cima de mim em tudo,
enfim, você era meu ídolo,
aquele que eu queria ser cópia exata.

Mas um dia descobri que você não era tudo,
percebi que era só olhar pro lado que encontrava
outros iguais, ou melhores do que meu astro-rei,
te vangloriei uma vida inteira e só agora despertei,
desencantei, desgrudei do tudo, porque tudo não mais notei.

Posso ser ingrata, e sei que sou,
mas vou fazer o que se a ilusão me abandonou?
Se tudo que sonhei não passou de fantasia,
seria muito mais que hipocrisia minha continuar vivendo assim.

Relógio parado

Oito do oito de dois mil e vinte e oito,
futuro próximo em que espero
que o Brasil seja outro.

Desde mil quinhentos e sete
que o país não se mexe,
certo presidente que tomou posse
em dois mil e dois teve duas chances
e nada modificou.

Sete do sete de dois mil e sete,
ano da revolução economia,
mas só se comeu com muita prece.

Uma grande piada, isso sim,
mandatos de roubo e de
negação decorrentes
da falta de caráter,
que não é de hoje, existente.

Mas o principal culpado é você eleitor demente,
coloca voto na urna, não cobra, e quando ele rouba,
se acha no direito de pedir contas.
Por que não deixa de ser anta e controla
os passos dele antes de pegar sua grana?