O colecionador de histórias e o príncipio da amizade

“Porque o que me mantém vivo é o amor das pessoas que me cercam…”

Você tem amigos? Sim, amigos mesmo. Pessoas de real significado. Não seu colega de classe. Não aquela pessoa que você joga conversa fora depois de um dia cheio. Estou querendo que veja o seu amigo. Talvez se tenha apenas um, dois, se tiver sorte. Esqueça os temporários também. Não pelo tempo que convivem, mas pela pouca intensidade que tem. Não quero saber daquele que você conhece há três anos, e se for perceber só esteve com ele realmente um ano e meio, ou menos. Esse você não conhece. E então talvez você lembre, agora, do amigo que eu quero mostrar.

Aquele que você vive um ano em um dia. O amigo que você não sabe, mas sente. Na alma. No coração. Aquele ser que você disse, muito prazer, tendo a sensação mais forte da sua vida. De que ia dar certo. De que encontou alguém que possa partilhar não só a sua vida, mas também todos os seus sentimentos mais profundos. Ah, que graça é a amizade, não?

Veja só, é quase um romance, percebe? Tem todos as caractéristicas… A pessoa amada, a entrega, a felicidade de encontros, da palavra certa, do silêncio certo…. Talvez você me diga que o que difere amizade de amor, paixão, seja o desejo sexual, o apelo pela cama, pela luxúria. Não, não é isso. Quantos de nós, em determinado momento, já não confundiu esses sentimentos? Amizades intensas têm o poder de embaralhar nossos sentimentos. E o que era amizade, em momentos, vira paixão. E novamente amizade. E de novo paixão. E amizade mais uma vez. Até você que é sincero. Chama o amigo para uma conversa franca. Olho no olho. Expõe todos os seus sentimentos, todas as suas dúvidas, os seus anseios, e tudo aquilo que está preso entre o coração e a garganta. E é ouvido. Sem máscaras. Sem julgamento.

Está ai a diferença: Em ambos relacionamentos há entrega, forte, vívida, alucionógena. Sonhadora. Mas, por mais que se entendam, os namorados, casados…. Eles jamais consigirão deixar o ego e de lado. Inevitável que se diga com restrições, com certos receios. É o medo de se perder a relação que tanto lutaram para conseguir. Foi aquele ex-namorado que você desbancou, os pais da moça que você convenceu, aquele jantar chato que você foi só para agradá-la, e tantos outros sacrifícios que marido e mulher fazem para se manterem unidos…. O que não acontece aos amigos….

Ah, os amigos…. Ser você sem medo de reprovação, livre. Desagradar? Não existe essa palavra entre amigos. Com amigos você vacila. Pisa na bola. Com amigo você dá mancada. Ser amigo é assim, liberdade… É voar sem destino. Ser amigo é ser tranquilo, leve…

Ter amigo é ser como um passarinho que consegue escapar da gaiola sozinho, vencendo a inteligencia humana…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.