Eu vejo meninos iludidos
almas aflitas, perdidos
artilharia pesada
alma penada com o futuro entregue
Balas à venda na lachonete
tiros de ak-47, marchem!
Sim, senhor!
Matem e defendam
morte por encomenda
trajados de verde
sede de sangue
Olhos profundos,
o primeiro morimbundo não se esquece
o primeiro tiro no peito nos empalidece
Sangue frio, não cesse
falta matar mais 947
Que um corpo caia
que os olhos inimigos se fechem
que eu sinta prazer em tirar vida
brincar de capeta, brincar de tira
brincar de demonio, dar risada
de um corpo putrefato
Que eu pague pelos pecados em outra vida
porque a saida será queimar carma uma encarnação inteira
nessa já não dá mais tempo
Tenho que obedecer o sargento
ou, eu lamento, e vou para o saco
me darão veneno, câmara de gás lacrimogêneo
traidor da pátria….