
Cedido por Gustavo Stresser
Não caberá mais ao mundo mulheres sedutoras
senhores imponentes, de gravata e maleta na mão
Não se fará mais analogias entre sereiais e seios
nem entre animais corpulentos e os homens sedentos de sexo
Será?
A capacidade da mudança, da lei das adaptações:
Será que enfim chegamos ao limite
como uma artéria que se rompe após anos sofrendo?
Que monstro ancestral ressurgirá depois dos tempos
para nos mostrar o fim das eras, de tudo que temos vivido?
Quantos de nós morremos todos os dias para alimentar
a genética grotesca da destruição certa?
Será?
Quantos de nós, homens, mulheres, animais
seremos necessários na fusão do caos
Qual será o nome da besta que nasce
pela nossa falta de senso?
Quantos incensos serão acesos,
quantas velas derretidas rogando perdão,
quantos homens e mulheres chorarão
ao ver o que não deixava de estar em nossa face?
Será?
Que apenas o que andamos construindo por todo esse tempo
não tem apenas uma forma diferente daquilo que pensamos?
Será que toda criatura e todo o caos horrendo
têm mesmo objetivo de destruição?
Será?
Que a nossa mente fraca não pode mudar de opinião
que os nossos corações não podem aceitar o novo
e deixar de julgar aquilo que é torto,
chamando de maldição?
Será que não?
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As percepções deixadas pelo autor do poema sob a ótica expressiva do autor da ilustracão condiz com a subjetividade de dois mundos que se conflitaram em pensamento artístico, talvez, para que pudessem, juntos, imprimir uma terceira ótica de arte, em um campo misto criado por duas mentes criativas.