Controlar as feras psiquicas, muito pior seria
se eu não tentasse, se eu me sujeitasse apenas ao meu isolamento
ao confinamento dessa mente que, ferida, leva a cada dia a mais ácida mordida ao intelecto
Não há remédio que controle, não há camisa que isole, e antes que eu implore
no último filme da minha mente consciênte, e antes que eu chore
por qualquer coisa que não sei o que
Sinto muito, mas o caminho fui eu quem escolhi
por favor, não tenha pena de mim
tenha pena de quem acreditou na saída
quem ainda viu a vida gritar em mim
presa nos meus olhos
Presa de meus erros
na pressa do apego
de não ser compreendido
E assim se constituiu o vício
ferindo à construção familiar
e antes que a reflexão se perca,
perceba, é realmente literal
Hoje, por motivos alheios,
sinto falta do cheiro a me matar
das roupas, o odor, o clímax de me perder
E para dar um ar cômico ao recheio
sinta o trágico desfecho ao se constatar
Que as camisas de força, as internações,
as injeções, e as orações daquela moça,
não têm adiantado muito
Ainda me lembro de absurdos
que minha mente luta para não esquecer
Aquela senhora que um dia chamei de mãe
hoje ergue as mãos para me benzer
Para bem dizer é ela quem precisa de oração,
já cansada de viver, roubei-lhe os bens
materiais e humanos, para me entregar aos erros mundanos
ao me des-encefalecer