Crianças

Espero que você conte comigo, sou seu amigo
escolhi assim, correr o risco
permiti desse jeito no peito, o afeto

Apostei de corpo inteiro de novo
como há muito não fazia:
Por precausão da vida,
reverti meu ser de escudos

Muros que hoje foram ao chão
tamanha minha sensação de ser feliz de novo
encontrando, – em uma chance -, o primeiro amigo,
aquele desconhecido de infância

Pena não ser mais criança para aceitar
e acreditar outra vez em um abraço simples,
em uma palavra simples, em um sorriso simples

Pena em tudo ver maldade, mascarar a realidade
de que as pessoas não são as mesmas de anos antes.

Mas com você eu me permito expor as feridas,
tirar o colete à prova de decepções,
acreditar nas minhas emoções e intuições:

Dar nova chance para nós dois
Eu sei que depois pode ser sofrido
eu sei que depois posso me arrepender

Mas se até o fim da vida eu puder reverter os medos,
esses preconceitos com base no passado, se até lá,
eu puder acertar de novo, posso aceitar de novo
que crianças não têm culpa de se entregarem com sinceridade