Eu não vou viver da história
que seu preconceito escreveu pra mim
Eu não sou assim, digno da sua torpe interpretação
Eu não vou viver o destino desse personagem
esteriótipo social com final já armado
Eu não sou do tipo de que vive um spollier
condenado ao final que já se faz final na metade…
Eu não vou viver dessa forma patética
que até o mais desatento dos meus
se acha no direito de fazer comentários
vagos, rasos com risos debochados
anunciando o meu caminho, por eles, praguejado
Eu venho para surpreender, dar outro rumo
a vida destes tantos personagens de segundo plano
capazes de se autoidolatrarem por servirem
meras xícaras de café
Eu venho para corromper uma história morna
sem mistério, e sem glória,
com mais da metade da vida corrida
ainda sem perspectiva
de saída deslumbrantemente marcante
Eu venho na contramão daquilo que é imposto
partindo do pressuposto de não ser mais um,
mas também não me permitindo ser diferente
sabendo que o preconceito sendo consistente
enraizado já na mente daqueles que ainda não o tem,
seria para mim uma nova ruína, infelizmente
Eu venho para ser coerente com a mudança
sem a mínima pretensão de ser, sozinho,
o paladino da revolução…
Eu venho para reiterar apenas um momento
necessário de ser iniciado, ainda que tarde
pela literatura e também pela arte da vida
que não condena o individuo individual
mas que a sociedade tem, erroneamente,
feito cada ser único, um grupo de desigual…