Choro enlouquecidamente
quando entrego um poema a alguém,
é mais que render homenagem,
bem mais que isso
Choro porque doo parte de mim,
daquele sentimento que transborda,
que não apenas passa pelos olhos,
ganha vida e forma, e vontade própria
Das poesias que entreguei,
eu não me recordo das palavras
porque elas não importam tanto
quando se coloca no outro o pranto,
incentiva a alma do outro ao diálogo
por olhares e gestos que atravessam
o concreto, o palpável das palavras
Rendo homenagens para ir além
de me desarmar e romper o desamor
de um amigo, um amor, um doce de pessoa,
da pessoa que é amiga e um doce de amor
Coloco-me sem medo de ser sem armadura
para despir o outro de armadura,
coloco-me sem arma alguma para curar
o outro com as ataduras da palavra