Dirigida

Beberiquei do seu sabor por uma noite,
coisa pouca, quase nada, condenada
a ser vista de exemplo por consolo e sorte

Dirijo sem pressa e sem destino
já que nosso carinho foi interrompido,
pois já eram sabidas algumas horas sem contrato

Nada refresca a minha garganta ressequida,
imprimo mais força ao carro na subida…
Esse porta-copos próximo à marcha não guarda
nada que seja suficiente para a minha dolorosa solidão

A esperança sempre fala mais alto – Por que não? –
de ter uma surpresa, novidade, em contrapartida…
Você frustra qualquer mirabolante expectativa
que minha mente projeta para o nosso projeto-saída

Fui vencida, suprimida, não digo nada além;
não sou dramática, nem suicida, ao além
não vou tão cedo, apesar de pensar em escape

O amor enlouquece qualquer um que queira
jogar uma partida… Sou contrariada…
você contra-ataca… E eu atacada…
Escrevo na colina, colhida de remorsos
que só cabem em mim, culpada dos fantasmas
de uma letra mal escrita, válvula de escape
de uma vida não dirigida.

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