Eu não tenho mais muros com a vida,
para ela me brindar eu não me blindo,
estou aberto para o universo,
já faz tempo que não tenho o comando
Não ordeno e nem me imponho,
no eterno deixar ir vou me mostrando,
me deixando levar, me entregando
Já não coloco condição para a experiência,
sou matéria pequena da existência
que vai somando e somando
sem escudo e sem guerras
Não luto com a vida, nem tudo é dolorido,
minha vida aprendeu a ver os ciclos
de outro modo, mudei de foco
Já não suporto as limitações da carne,
são correntes fracas que eu me liberto
e sem alarde, eu me jogo e me entrego
até que essa energia me diga o tempo certo
de sair do poema, de ter um lugar além
do além dos meus versos também não concretos