As pessoas não são assim tão diferentes de você,
cada um tem um segredo a mais, uma máscara a mais,
um medo a mais, um defeito que ninguém sabe,
uma verdade oculta, são todos idênticos,
cada um com a sua própria mentira que convence,
aquela que você mesmo acredita e vende
A gente ama uma vez só várias gentes,
em várias frentes, unicamente
unilateralmente, – ou não –
Uma vez só em tempos diferentes,
eis que finda, e ainda prorroga,
insiste, mas agora é tarde
é tarde, aceita a troca,
a virada na vida, assiste
o mesmo filme que eu vi
O que eu vivi,
você interpreta
releitura em outro tempo
Ninguém é diferente
só atua em cenas distintas,
mas vai participar do nosso núcleo
Hoje as cenas repartidas,
já partidas, outras tomadas,
fazem sentido nessa dramaturgia
indiferente