Coisa que não me falta é caráter,
não me faço de moeda de troca
me vendendo pela metade
Não me comparem com um idiota,
desse grupo não faço parte,
estou atento a tudo,
não me venham com sacanagem
Não aceito tapinha nas costas,
nem o sorriso falso,
nem fingida camaradagem
Não engulo desculpas frouxas,
meias-voltas para contornar situações,
eu digo mais, e sinto muito,
sou deficiente físico apenas,
não fecho os olhos para a pilantragem
Pilantras camaradinhas sacanas,
não é só os políticos diplomados que me incomodam.
São os abutres do dia a dia,
que não sabem o que querem, não mostram a face,
mas, as duas caras, as máscaras, colecionam
E reclamam do mundo, e reclamam da vida,
e reclamam lá de cima, até de Brasília,
mas, não mudam, não tomam atitude,
não mudam de trilha.
Amordaçam a boca, põem vendas nos olhos, tapam os ouvidos
e tudo, tudo, – convenientemente e coniventemente –
relativizam.
É o meio erro, o meio certo, é o quase isso,
é a falta de norte e de norma, de parâmetro,
é a ética jogada na lama para não se estressar,
é a moral jogada na lama para não se indispor,
é a cidadania jogada na lama para não perder o aplauso,
é o príncípio jogado na lama para não perder a estima,
é a lama, é a lama, é a lama
Tratamento facial para deixar a cara macia,
é o que vier, de cortesia
Ganha a fama quem deita na cama
e não faz terapia