Sentir a palavra na pele
a mover a ira, o amor,
o ódio, o que for…
Provocar desconforto
Ser o encosto do que não se quer ler,
a obrigação do que não quer ser visto;
o meu mundo encantado está se diluindo
Vou na veia, fazer o corte profundo,
dizer que te odeio bem mais do que todo mundo,
jogar na sua cara a agressividade sempre contida,
eu não vou mais deixar você me ultrapassar na corrida
Quero que sinta o poder da palavra que corta,
cansei dos afagos, do carinho do abrir a porta
nas madrugas frias dos seus erros imundos
Espero que erre e erre de novo, que chore,
que grite, sentindo a solidão, o carinho
que você procura, não vai ter mais, cansei
Agora a minha palavra vai mostrar o outro lado meu,
o meu poeta vai ser trancado na tortura, molestado,
condenado sem regalias, sem prevenção alguma
Agora eu digo sem a preocupação da sua ferida aberta
e que ela arda, como arde a cólera quimera.