Estou tentando escrever
um poema de rotina
pra que não se quebre
essa mania de versos,
essa terapia não quero
interromper
Esse sábado tranquilo,
dei folga para o espírito,
dei atestado aos compromissos,
não quero obrigação
Curti a vida sem planejamento,
abri a porta do acaso e deixei,
deixei você vir
Com uma música boa,
sem nada na agenda,
comida gostosa na mesa,
cesta depois das onze
Cochilo bendito,
reflete a vida,
reflexo da corrida
que ninguém vence,
que ninguém perde,
mas absorve
Centrado e entendido
sei até onde cheguei,
sei onde quero chegar
sair desse não-lugar
pra sempre
Transformei, permiti mudança,
cansei de ser um velho em corpo de criança,
uma criança que não soube viver,
cansei de ser responsável e controlado por tudo
Quero ser mudo, nada de me justificar,
quero falar menos e talvez não ser entendido,
não deixar nada implícito, mas mesmo assim,
ter a certeza que você me lê
na interpretação que eu quis dar…
Ainda cedo demais,
eu, cedo demais