Sub judice

A inspiração me assalta
e me leva tudo, sem protesto,
nem resisto, e me entrego

A palavra já não vive em cárcere privado,
tem a liberdade decretada em semiaberto…
Já estive em segurança máxima,
condicionado a tantos credos

Desde que fui abordado há sete anos,
desde o começo do primeiro poema em dois mil e sete,
eu me disponho a cada novo escrito dar parte do que tenho conseguido,
para o tráfico dos versos incertos

Não compactuo com a violência,
mas se a verossimilhança me der voz de prisão, é o inverso;
fujo com meu poema-rebelião pela pena máxima do coração

E não me cabe punir ninguém, meu bem, não agora,
por enquanto, por agora, durante todos esses anos,
o meliante esteve encoberto desse crime sem pistas,
desse ato lícito quase perfeito,
não me peçam para entregar o cupido,
o culpado desses gracejos

Não me julgue por um nome, por um culpado,
para dar uma condenação,
vou mentir sub judice
e cair assumidamente
em contradição

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