Vamos aos fatos
francos, profundos e aos rastros:
eu saí do armário,
no bom popular
baixo e vulgar
Mas não foi por você
e suas neuroses que eu
aprendi a amar
de alguma maneira louca
Não foi pela carência
que dizem que tive,
se tenho não sinto,
e se terei, não digo.
Sai da minha vida primeiro
Certo é que as confusões
que só você causa
deixaram de me afetar
Porque eu rasgo essa bandeira colorida
que me deram para carregar,
essa esterioptia que me aponta
o que eu não sou
Há sim o discurso homofóbico que mata,
mas também há a fala do discurso de ódio
que a vítima sempre carrega
jogando pedras em não se sabe quem
Retrógrado e culpado posso ser,
mas ainda quero te dizer
que reaprendi a pensar
nem tudo dá pra mudar,
mas eu mudei
Você eu não sei
até quando se vale,
abre o vale entre nós
com esse discurso pró-minoria
que cansa e causa apatia
porque fala, fala, fala
e agride com palavras
os iguais que você defende
A guerra dos sexos,
a luta de classes,
os homens de marte
estão livres de tanta
ladainha