Quando escrevo, ainda que de forma eletrônica,
é espontânea a forma como o pulso se curva,
de certa maneira, ainda sinto o peso da caneta,
na assinatura digital
O cheiro de tinta não me inebria mais,
assim como o pó de giz não me suja mais,
nem os pequenos estalos da máquina de escrever,
com suas tantas garras a bater no papel
Eu ainda tenho o mesmo agito de outros tempos,
sinto o velho que mora aqui dentro se manifestando,
em tão profundos sentimentos que as palavras carregam,
mesmo nos versos simples, corriqueiros
A palavra é um pequeno instrumento,
ela carrega muito mais do que está posto,
meu sentimento é segredo exposto
para quem sabe ler, ler as entrelinhas,
os versos, o que está por dentro,
colocado, agora, para fora,
não importa com qual meio,
estou aqui por inteiro