Fênix

Vem cair ao chão
a ave mitológica
renascentista
vem da derrota
a força da vida

Em silencio morre
sem agonia, sem partida
porque a vida se refaz
no ciclo fulgaz da esperança

Que doce e pobre criança
não sorri em seus tropeços
e recebe o aconchego de ser
puxada pela mão em um novo recomeço?

Anda mais uma vez,
fênix confusa, delirante
sabe que o sol já não está radiante
percebe a hora de ir

Precisa rever conceitos
que a torto e a direito
insistem em te seguir

Entende que ser destituido
das suas defesas mais importantes
não é uma derrota anunciada
e por isso morre calada
esperando uma nova batalha

Deixe que seus inimigos,
aquilo que te confunde,
e até aquele que te consola e dá abrigo,
também te perca

Permita que na ausencia, na incerteza,
todos possam dar mais valor ao seu poder
ao seu calor, de amar o próximo

E então, quando tudo se for,
e no lugar do quente, vier o frio,
que todos percebam o que foi o amor

Mas que quando uma lágrima cair por saudade,
um ato de misericórdia, ainda que tarde,
trará você de volta

As suas asas antes acizentadas,
nessa tarde nublada, reaparecerão
vermelhas e intensas novamente

Pedindo a todos os carentes
de afeto e de luz, os descontentes,
que não percam as esperanças
Aquele que nos conduz ressurgirá

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A todos aqueles que necessitam de seus recomeços e de rever os seus ideias, em especial, ao amigo Everton Cesario, dedico este poema.

2 comentários sobre “Fênix

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