Meu bem, meu bem
quanta falta você me faz
quantas lágrimas se desfazem
na minha pele envelhecida
na minha sudade contida
de meu velho, minha vida
Meu bem, bem meu
quanta falta de seus tropeços
das suas noites bebedo
em que eu lhe dava banho no chuveiro
Mais pra lá do que pra cá, era você
partiu de tanto beber, e sem me beijar
me restou uma pobre velho
corpo podre, e lábios quase secos
cheios de mau cheiro
Meu bem, que falta você me faz
dos braços fortes, para trocar a torneira da cozinha
das pernas longas, para trocar a lâmpada da varanda
do carro, para me levar da casa das amigas à quitanda
Que falta você me faz, meu velho
e sabe de quê mais me lembro, ironicamente?
foi em um dos bares desse quarteirão
que em meio ao partido alto dos bebados do asfalto
você me pediu em casamento
Ah, meu velho, eu aceitei prontamente
e, oh, que falta me faz seu jeito imperfeito
de ser você perfeitamente….
Na minha opinião, esse é o melhor poema que você já escreveu. Ficou com uma atmosfera tão profissional! Muito bom, adorei 🙂
Ah, meu querido, muito obrigado!
Fico feliz que tenha notado mudanças no meu estilo!
Abraço