Fofoca

Sou passageiro, viajo com o tempo,
tive vários amores que não dei atenção.
Sou curto na vida de quem poderia durar mais.

Deixo meu recado em breve instante, e vou indo nessa.
Desculpe as promessas quebradas de que não deixaria.
Mas de forma estranha, a partida é natural.

Vou simples como cheguei, sem causar dor, nem lágrimas.
A vida ensina, e comigo se aprende, que não se prende a vida.
E deixo no máximo a boa saudade na lembrança que de vez em quando vem.

A recordação de um tempo feliz e de crescimento.

Desculpe esse momento de saudade dos amores,
dos amores que poderia ter, e não amadureci.
Caminhei adiante antes mesmo que eles pudessem surgir.

Hoje é que eu me dei conta de quantas contas de amor eu não paguei.
Hoje somente senti falta de pelo menos três amores que eram admiração.

E se eu soubesse disso no passado, correria de lá.
Eu fujo do amor para falar dele.
Acho que faço fofoca em versos.

Quando ele está muito perto,
sou eu quem quero ficar distante
O amor assusta, mas eu convenço

Entregue-se a ele, vá até lá,
enfrente o que eu não pude,
o que eu não tive coragem de encarar

E vou eu aqui em meus versos,
sabendo que cansei de fingir,
chegou a hora de ter coragem
para assumir o amor fora do papel

E fazer verso com a vida,
mesmo quando o coração se agita
sabendo que é a presa
de quem ficou preso por muito tempo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.