Espera aí, deixa eu tentar explicar
o que você viu não é bem assim…
A vida cria armadilhas
pra vê se eu quero mesmo viver
Talvez você nunca me entenda.
Talvez eu seja mesmo complexa
Talvez eu não queira ser entendida,
só vivo entendiada
Eu não inventei nenhuma história,
mas eu acompanhei a sua própria.
Talvez eu tenha feito errado.
Talvez eu devesse agir de outra forma
Mas quando eu fui pensar no mal
que estava fazendo a nós dois,
depois, não tinha mais jeito
Eu tenho consciência de que não sou
tudo o que eu gostaria de ter sido.
Nem tudo o que eu digo tem sentido,
mas boa parte desse todo,
talvez você, tolo, acreditou
Mas não que seja mentira.
Espera aí, não agrida
a nossa amizade dessa maneira.
Nem tudo o que disse foi asneira,
sempre há um fundo de verdade
nas minhas palavras
Desculpe se não estou sendo clara,
não é essa mesma a minha intenção.
Eu só faço alusão ao café e à música,
não que ela expresse o que me vem quente n’alma
Mas tem ajudado bastante a me manter acordada,
junto com as minhas rimas, reafirmam a coisa falha.
Errada fui eu quem aceitou você assim
Vou ter que assumir os meus atos algum dia,
devo começar primeiro na poesia a lhe dizer
que a culpa de tudo nem sempre foi minha,
há sua parcela também, mesmo que você não saiba
E se eu fico calada vendo o horizonte…
Não aponte o dedo em riste para me acusar
temos ainda muito o que conversar.
Eu e você (dentro de mim) precisamos do diálogo
ou eu jogo tudo pelo ralo do meu pensamento?
Eu quero convencer você que vive falando comigo
no íntimo, antes de todo poema,
para depois tomar coragem de trocar o café
e essas músicas de fundo do poço
por cair dentro de você de fato
E realmente eu não sei quanto tempo isso ainda vai levar,
quantas xícaras devo sorver com cuidado
para não me queimar com você
Mas eu vou beber, um dia
ainda bebo você, quente
um dia, eu bebo você
Embriago-me.
Mais dois dedos de você, por favor.
Não me venha dizer que acabou!