Essa poesia é inédita
até o momento em que
aquele alguém que me interessa
a ler
Vai continuar a ser inédita
se outra pessoa garantir
que foi o melhor
meta-poema que já fiz
Vai permanecer inédita
se aquele alguém não tiver compreendido
que a expressão “aquele alguém” é você
Que seja inédita, passados tantos anos,
se cair em domínio público
sei lá depois de quantos anos,
se aquele alguém morrer
É inédita para o poeta
se o poema não chegar
àquele alguém que deveria
A poesia é inédita,
a palavra não;
O sentimento do poeta,
menos ainda, nunca foi inédito;
Mas se é para perder de fato
o ineditismo, eu preciso
que você, “aquele alguém”,
use a poesia, não apenas leia
o poema inédito