Pergunta?

Seu amor por outra pessoa
é ato desprendido de rancor,
também não lhe digo que estou satisfeito,
mas também não me causa dissabor

Sei que os loucos apaixonados me dirão fortemente
que eu não me importo com meu próprio sentimento,
podem até me acusar de falso, lunático,
mas eu sei o quanto me sinto roubado
mesmo sem causa aparente

Ora, fui eu quem omiti os fatos,
o que viam na minha cara, na minha frente,
podia estar apaixonado, estampado na testa,
mas a minha boca não abriu uma fresta
para declarar uma paixão de quimera…

Sei que acreditei e fui convidado,
comovido pela esperança de agora, e de fato,
ter achado quem mexesse com as minhas heranças

De muitos nãos ouvidos, de tantas frustrações,
de tantas acusações sem sentido, poucas realizações,
agora que pareço convencido e convicto do sim
quase certeiro… Preferi calar a minha alma
e me dar um não primeiro….

Que aí eu não corria o risco da dor que dói demais,
que machuca e incomoda por tantos dias a mais
e então, depois de muito tempo eu soube,
ser do seu desejo ouvir minha pergunta…

Fiquei sem resposta por eu ter me precipitado
numa resposta própria, imatura… Você calado
à minha porta, será que me censura?

– Sou eu quem quer indagar a quem vivia questionando…
O discurso então trocou de papel, e eu acabei respondendo:
– Aceito essa segunda chance tão repentina, tão inesperada…

Depois de quantas interrogações se espera um ponto final?

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