Eu não estou nas suas rodas de amizade,
eu não frequento os meios aos quais você faz parte,
e até acho que me fechei num mundo particular,
com receio de encarar a realidade
Eu observo tudo de longe e meio distante,
não me declaro totalmente e não me proponho,
mas peço desculpa por tamanha covardia,
talvez eu não esteja pronto, ainda
quem sabe quando estarei…
Sinto brevemente que a minha mente,
tentada a me iludir, me convence…
De que essa paixão por você é
psicologicamente linda e maravilhosa,
mas o presente não cabe na palma da mão,
não é essa a hora
Sinto rapidamente que meu coração acelera,
mas como pode ser, quem dera…
Se isso fosse de fato verdade,
se o meu mundo encontrasse com o seu,
apesar das diferenças
O desabafo, me desculpe, não é culpa sua,
tenho que tentar quebrar as minhas próprias barreiras,
os meus próprios cadeados, ah, eu preciso destrancar
o meu coração já não aguenta, já não suporta
ficar trancafiado nessa poesia de força,
louco e perturbado, sobrevivendo de um imaginário,
uma fábula de amigos íntimos sem intimidade…