A frieza do internauta

Não, não posso dizer que gosto de você
porque não te conheço realmente,
não te vejo decentemente e tudo
isso pode ser uma mentira incoerente.

Essa história de que internet aproxima, mentira,
ilude, elimina, convivência realista,
o olho-no olho, frio na barriga da conquista.

Tudo frio, sem sentimento, sem calor do momento.
Desanima até de fazer rima, internet é sem vida,
dá agonia.

O mentiroso

Nunca tive amores, só dores.
Nunca tive flores, só cactos.

Não me imagino como rio, e sim lago.
Nunca pensei estar em seus braços,
só seguindo seus passos.

Mas apostei, acertei, venci,
vivi, sofri, me arrependi, voltei.

Choveu e meu mundo se abriu,
lágrima caiu,
você me deixou por um fio
e eu não consigui me segurar.

Escorreguei, cai, me machuquei, morri
esperando um dia você vir
e me olhar, me beijar e me amar.

Decepcionei, você não veio
chorei, escandalizei,
sequer comi, recaí.

Hoje, recuperado,
olho e não te vejo,
te toco e não te sinto,
se te amo?
Minto.