E não me falem de pedagogia,
não aguento mais essas teorias,
tudo se mistura, não adianta
Só mesmo sendo muito sem sentido
para separar a educação em ritos
de tortas evoluções
Ainda se transmite conhecimento
na linha reta entre professor e aluno,
tradicional ainda, mesmo com tanta informação
Escola, de nova, não tem nada, nem a fachada
para fazer política, nem para isso tem servido…
Olhem cá o meu umbigo, e digam
se pensam mesmo no aluno, que nada!
Não me convencem estes tecnicistas,
cientistas da educação que pensam
na contramão da realidade,
a burocracia, a ironia de colocar no papel,
processamento surreal de aprendizado
E cá vou eu nos meus resumos poéticos
tratar também das teorias não críticas,
expressas nos versos acima, a utopia
de mudar o mundo com a escolarização
E os pessimistas dirão que não há volta,
que a escola é um ato de manobra
para firmar rico no alto, e pobre abaixo,
confirmando a marginalização
Fiquem então associados que os coronéis
do Estado pressionam os currais enfileirados
para colocar o professor de capacho
vendendo ideologias compradas,
fazendo-os acreditar que vão mudar tudo,
aspirando o mundo melhor
Que ironia, está tudo programado
até esta proposta de poesia crítica
seria crítica mesmo, ou era esperada de mim
está revolta, esta ira em versos
para registrar o quanto eu quero
cooperar com o sistema da educação?
Estou estudando por mim
ou para cumprir etapas de um processo
já arquitetado, pensado para corroborar com
doses de perseguição e manipulação em massa,
tendo a audácia de chamarem isso de revolução
para um país, paradoxalmente, sem educação?
Pedragogia no meu sapato!