Novecentos e noventa e nove poemas,
e quantos deles pra você, quantos?
O milésimo, o mais importante…
É pra você, o milésimo, marcante
escrevo fora de ordem, fora de hora,
você antecipou a marca, o ponto,
pronto, é o poder do coração
Visitar o futuro sem ter vivido o presente,
e falar de passado com você, ser condizente
com tudo o que já lhe disse, com tudo que preguei
Prematuro o rio desceu fluente,
entrou nos mais finos versos
sem pedir licença ao tempo
cronologia que não se respeita
Aceita o meu corajoso ato
de atender primeiro ao milésimo fato,
antes de outros oito calos poéticos
Prioridade para o sentimento sublime,
não há como deixar mais pra frente,
ele vem, o de número mil, assim mesmo
como quem não viu o papel que pegou
Empurrou, jogou pro canto
e eu espero que não cause tumulto
nem espanto, se ele for pra você
que merece outros mil tantos poemas,
despertou em mim outra fase de poeta
para renovar palavras não ditas d’alma